quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Suícidio tecnológico

Este espaço de divulgação de sentimentos e anemias e constragimentos e embaraços,

Encontra-se por momentos, instantes prolongados, temporalidades indefinidas,

Encerrado ou fechado para uma hibernação optativa do Eu.

Quero desde mais informar que o regresso será feito com pompa e circustância,

Que o número reduzido mas importante de leitores não será de forma alguma desvalorizado e por isso mesmo, atentamente, deixo esta nota em sua fraca memória.

A nostalgia que sentirei acerca deste espaço tecnológico em que por meios virtuais me desabo em mim mesma, será pouco.

Adoptei meios tradicionais e convencionais e mais verdadeiros para de alguma forma me exprimir,

Tendo em conta sempre as palavras soltas. Sempre as palavras. Soltas.

Aos demais, um grande e sincero abraço.

Perdão, aos demais um grande e sincero palavrão: amor.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Be

Tão subtil, tão perspicaz, tão intemporal. Uma capacidade extrema de cativar, um criador de estados viciantes e circulares. Como quem despe lentamente um corpo, também tu com audácia despes lentamente o ser. Recordo horas desvanecidas nos vocábulos virgens que com paixão se soltam dos teus lábios. Relembro os teus olhos, estranho reflexo espelhado, a dirigirem-se na direcção do meu eu. Quero, ainda mais, que os teus dedos que tocam com delicadeza na minha pele branca, se mantenham calmamente a apertar toda esta essência.
E agora, depois de tanto girarem os ponteiros do relógio, depois de todas as palavras serem debitadas directamente no recanto mais íntimo do corpo, recorda e deposita as tuas entranhas minha na alma.
 
 

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

In

Love actually.



sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Old but actual

Retorno à doce floresta,
Viagem preciosa.
As mãos dela acompanham todo o jogo de cintura.
Crepitar doentio,
Nunca a lua esteve tão próxima.

Os teus olhos fugiram meu amor.
A tua inocência é deles.
Completamente perdida.

Sem o saberes, devolves-me o teu riso.
A tua cabeça pesa-te,
A ignorância não tem preço.

O maior erro é fingir metaforicamente.
Um dia destes eles vão saber,
Não há escapatória!

Mostra-me o que queres das árvores,
Colhe todos os frutos sem permissão.
O amanhecer anuncia-se,
Os teus olhos fecham lentamente para que eu possa observar a passagem.

Gostava mesmo de poder ficar.

Os teus braços afundam-se no corpo
E a tua cabeça deixa-se cair.
Não precisas de ter medo,
O cristal está a salvo.
Um céu carregado de nuvens,
Meia-dúzia de estrangeiros.
É o tempo.
É do tempo.

Maldito possuidor de tudo!
Puro egoísmo, inveja crua
Representada em ti.

Não te quero conhecer de outra forma meu amor.
Não te reconheceria de outra maneira.

As tuas lágrimas nostálgicas nas minhas mãos.
A rua sempre tão nossa,
Sempre tão deles.
Estrada fora,
Boleia de um estranho conhecido.
Adormeces.
Porque a dormir és mais tu e menos eles.
Próxima paragem:

O lago.



Fica. Não precisas de acordar.

[É do tempo. Sempre dele.]



(há tempos, em dias cinzentos e repletos de saudades...)

sábado, 11 de setembro de 2010

Deep

As palavras, ainda que usadas como simulacros da realidade, tornam-se dispensáveis para qualquer descrição que queira fazer. Sempre difusas, sempre contraditórias, sempre incapazes de atingir a dimensão do sentimento. Toda esta procura incansável para uma razão, para um novo motivo racional, tornam o tempo mudo e estático, ou assim o desejava.
Nunca antes tinha descrito um compasso tão ritmado, com tantos silêncios, com tantas oscilações entre graves e agudos, entre estados antagónicos provenientes de um só instrumento. Nunca a paixão foi tão profunda, tão carnal, tão sincera. Não tenho memória sequer de algo tão envolvente, tão consumante, tão natural.
O tempo, o maldito factor que finalmente não apresenta qualquer relevância, só me diz o quão especial é toda esta emoção que se vai revelando entre disparos de balas sem pólvora. O crescimento diário do aperto no peito relembra-me todas as disposições da alma que se rendeu a um novo encanto. Todas as lembranças, conservadas no refúgio mais íntimo que te dou a conhecer, alimentam as saudades despidas de embaraços.
Não me lembro definitivamente de algo tão marcante, tão vivido, sem falhas intelectuais. Há quem lhe chame sorte, há quem se orgulhe, há quem guarde tudo em si. Limito-me a fazer de tudo isso um pouco e acima de tudo, limito-me a sentir o teu lado mais virgem.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Lição nº 1

A tua ausência magoa mais que o teu silêncio.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Devaneios

Um clique rápido no coração sem qualquer lembrança de como voltar a desligar.


É assim que tem de ser. Só pode ser assim.

Caso contrário, ensina-me a não apreciar o azul.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

...

Desafio constantemente o ser só para conseguir mais tempo para absorver todos os fragmentos de luz. Como uma rotina imprevista, uma reflexão de longos e sábios pensamentos, este sentimento cresce; cresce tanto que por vezes sinto-me incapaz de abraçar tamanha emoção. Um prazer mútuo estampado na alma, uma conjunção de palavras sopradas na brisa matinal que arrefece a pele nua.
Despidos de vaidades, frente-a-frente, como se fossemos capazes de nos enfrentar a nós mesmos. O retorno à emoção primitiva, o travo incapaz de se soltar da minha boca. Uma calma parente que nos faz querer mais. O regresso a nós como seres rendidos ao prazer. O não querer conhecer outra coisa, o não querer despir outro corpo senão o teu.
Voltar a mim, contigo já dentro. Saudade, quase tão grande como a paixão. Desconhecer a razão, o entendimento, e ainda assim apaixonar-me constantemente por ti.
Renovar laços, criar expectativas, crescer lentamente com inteligência. Poesia deixada como marco na tua janela, o alcançar de um novo estado.

"Viajar é perder identidade."

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Mood

Um ligeiro sopro na alma. O maior prazer doentio de que se pode ter conhecimento. A recolha, o guardar, o absorver de todos os estados. A precisão da intuição, o dissabor do pensamento. Uma necessidade mútua de batalha, o cheque-mate como primeiro passo.
Auto-conhecimento. Reflexão dispensável dissimulada por toda uma camuflagem maior. Dedução, o perigo. Atentados à sanidade mental como cura para todos os males. Inevitável. Disparo sem pólvora sobre corações em chama, corridas contra o tempo assumidas.
Serenidade, o desconhecido. O outro lado, o reverso, a face negra. Guerra constante entre chegadas e partidas de emoções, a procura incansável de quem não se contenta com pouco. Simplicidade. Dois corpos despidos de razão, o toque reinventado. Aprofundamento de teorias e questões, busca inútil de respostas.
Contra-natura. Força indomável, rasteira para o coração. O renascer, noites desejando ser dias. O sopro crescente na alma.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Inominável

Infinitas descrições possíveis, as palavras armazenadas como registo nostálgico. A incerteza, a insegurança, a nossa chegada tão longínqua. A presença imprescindível, uma força cósmica. Conhecimento exacto e inconcreto, o exame minucioso do silêncio. A necessidade do teu bem-estar, a análise mais profunda dos sentidos.
Desconhecimento da causa, sentimento proveniente da acção. Efeito borboleta, o meu ópio. Estranha convicção escondida, o discurso metafórico como refúgio. A soma simples de estados semelhantes, a aparência real.
Simulação evidente de desconhecimento. Uma atitude muito própria, carácter dissolúvel na alma. Toda a tua singularidade, a singeleza deste novo amanhecer, a sincera emoção. Infinitas descrições possíveis, uma só maneira de sentir.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Genuíno

Um sonho agitado. A ressonância profunda do sopro irracional. O embaraço momentâneo, o prazer deixado à margem. O tempo esvaziado pelo eco paradoxal. A dicotomia dos seres nocturnos, a garantia da essência efémera. Uma passagem tão forte, marcada pelas ausências, os trilhos determinados pelo pensamento.
A vontade inóspita de prosseguir, a genuinidade da alma. Pura crueldade vendida a viajantes do tempo. Sinais como respostas, perguntas como conhecimento, a verdade escondida nas entre-linhas. O abandono, afogamento, o sufoco das palavras.
Profundo estado de descoberta, o retorno da inocência. A necessária ignorância como meio para atingir a cova mais profunda. O enterro.

domingo, 13 de junho de 2010

#1

Discreta e mutuamente, abraço constelações como recompensa. Tento impedir os movimentos mais rápidos mas eles já chegaram até mim. Divago embriagada na minha loucura até me aborrecer, tentativa frustrada de pensamento. Aprendo rapidamente o compasso e provoco arriscadamente a minha demência. Sanidade inútil, restrição da alma.
Exposta a uma luz tão forte encontro-me totalmente desprotegida. Caçada pela armadilha mais simples, torno-me na presa mais complexa. O intuito com que continuo permite-me alcançar alguma calma aparente. Empreender esta frágil estrutura é a acção mais perigosa que consigo conceber.
Vou recolhendo todos os vestígios de uma possível guerra, alimentando toda esta visão ferida provocada pelos pequenos cristais. A ignorância, agora também ela usando uma máscara doentia, é apenas a certeza que ainda tenho muito a percorrer.

domingo, 6 de junho de 2010

...e coração

Concretização contínua, difusa, entrelaçada. Uma auto-expressão presa a dois corpos oferecidos em troca da alma. Delimito direcções concretas, sentimento incomum. Lapidação perigosa e ritmada, uma insegurança necessária ao bem-estar. Descrições impossíveis, conclusões improváveis, eu a afundar-me em ti. Rotinas experimentais, o hábito de pensar. A ignorância fundamental ao saber, a saudade como nunca antes descrita. Um estado constante e profundo. O hoje como garantia do amanhã, a condição do inconstante como afirmação. O despertar de novos sentidos, as ruas ancoradas a mim. Mudança repentina no peito, a morning view for us. Sempre tão...A agressividade do sentimento presente, dois estados antagónicos num só coração. A consumação da emoção crescente cruzada com o meu ser.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Fios de alma...

Preciso, de alguma espécie de motivo, um movimento ambíguo, uma rua ladrilhada. Observo, estranha condução, direcção nocturna, luz em movimento. Procuro,uma nova condição, uma velha razão, um caminho mais seguro. Estabeleço, pontos de partida, chegadas indefinidas, palavras quebradas. Reinvento, poesia dura, horas vagas, divagações exactas. Desobedeço, ligações duplas, contornos precisos, preenchimentos vazios. Concretizo, duplas linhas em pauta musical, conceptualidade formal, esboço final. Quero, uns jeans colados ao corpo, uma t-shirt suada, um sol ao meio-dia. Preciso, uma nova pesquisa, uma nova reinvenção, um novo eu.

sábado, 29 de maio de 2010

Infinity

Lânguidos. Estendidos sobre a pureza da alma, rendidos aos cristais reluzentes. O aroma mais forte que nunca; a melancolia inevitável. Toque púrpura, o olhar traído. A luz desfeita, o sonho recuperado; um estranho estado apaziguador, o peso dos corpos sobre o branco. A saudade inerente sobre todo o ser, cair da noite, a voz muda, crescente palpitação, a falta de fôlego, a ternura do momento, a chegada.

[Este crescente sentimento...Medo, e ainda nem começou.]

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Ecos

Um profundo estado de contemplação. Um aperto aconchegado contra a alma. Os sentimentos irracionais no seu estado mais puro enquanto te observo; essa estrutura humilde ao seu mais alto nível - o meu desejo. Um desentendimento constante entre o querer e o poder, uma sabedoria infinita nos teus olhos.
Crepitar doentio, o fogo a arder perante nós; eufemismos utilizados só para tentar aguentar a saudade. A voz dócil entre os meus braços, um ser, todo ele repleto de esconderijos entre a minha razão. A oposição dos corpos, a atracção inevitável pelo teu poder magnetizante. O movimento do teu sopro, eco tímido em mim.
A conservação da ironia como refúgio garantido, o medo constante. A agradável loucura do riso, as magras mãos a perfurarem a alma. Um tempo inconcreto com um desejo certo.

domingo, 16 de maio de 2010

Luz?

A luz consegue ser tão traiçoeira quanto as sombras e ainda assim caminhamos em direcção a um caminho supostamente iluminado.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Tardio

Libertação. O amanhecer tardio, a luz escura nos teus olhos.
Crianças insanas a correm no pátio, a droga viciante a ressoar no teu sistema.
São falsos ecos que dás a conhecer, costumes sociais, ritos nocturnos. Ela sorri porque te julga melhor; tu abandonas o fogo porque pensas nela. Brincadeira doentia esse teu jeito de captura.
Bang.
Bang.
Atingido no centro dos miolos. A verdade despida. Ela encontra-te no mato, onde andas tu, pobre raptor? Onde andas tu?
O anel de fogo a trespassar as magras mãos, a transparência da água no seu rosto.
O sol. O sol no seu expoente máximo.
A magia do ciclo a assombrar-nos, a partilha insegura.
O risco do seu riso louco, a ironia do seu controlo. A razão esmagada sabiamente, o seu poder descoberto.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Entranha-se

Full moon.
Terrível sentido de oportunidade. A dança das folhas. O ritmo das gotas na tua pele, o balanço do teu corpo, o meu embalo.
Take a look at yourself.
Nostalgia, a mais pura das saudades. A tua marca na minha alma, a cama desfeita.
Runnin' blue.
Azul. Tudo azul. Pintura rupestre do céu. Pigmento inocente e ingénuo. As palavras a esvoaçarem no teu cabelo. A minha mão fechada contra o teu peito.
Don't be afraid. I will stay.
Por mais uma noite meu amor, só por mais uma. Os teus pedaços de corpo desmembrado contra a paixão, eu em ti.
Full moon.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

you

Discordância total entre sínteses e harmonias. Perda frágil do teu fracasso, morte súbita no teu chegar. Busca vã de conteúdo, ilusório estado de contentamento. Natureza irrisória que se apodera lentamente, lua cheia ao meio-dia.
Trajecto ladrilhado de esconderijos, o teu riso na minha cabeça (não precisas de ficar). Estranha dissimulação do figurino, o traje todo ele desfeito. Incansáveis os braços que se estendem por toda a noite, a oferta é legal mas a busca dura apenas o tempo do desejo.
Efémero prazer, o teu corpo no meu. A luz da noite sobre toda a estrada, o meu corpo no chão.

Try to be you.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Adormecido

Não consigo de facto entender a razão. Sempre tão ciente da sua incosciência, sempre tão desperta mesmo adormecida. E eu, estupefacta e estupidamente, observo do outro lado do vidro, porque assim o quero, porque não tenho opção. Passagem retalhada pelos cruzamentos, atalhos a céu descoberto.
Viro costas e parto rumo à ponte mais próxima. Estabeleço ligações que logo depois me apresso a esquematizar, não consigo, não poderia ser de outra forma.
O suspiro fala por toda a gente e eu nem por mim consigo falar. Vítima de si mesma, a razão morrerá nos teus braços quando menos esperares.

sábado, 17 de abril de 2010

This time

Blue pain in the sky
Just another killer this time
Time is running out of space
Tonight I'm not afraid
She's coming with dark flowers
And everything seems to me new
This time there's no escape
Come to me my pretty moon
All the fire it's warming up my bones
Come to me my darkest lover
This way, I'm getting inside
Between a crystal bottle
And another rock in the sea
I'm loving you anyway
I can't be afraid!
(oportunamente colocarei fotos da minha autoria)

quarta-feira, 31 de março de 2010

Todo este tempo

Existem momentos, pessoas e estados incertos. Existem estrelas cintilantes que não nos deixam ver, existem diamantes demasiado lapidados para serem tácteis. Existe sempre o positivo e o negativo e a contradição de um lado da face. Toda uma existência complexa de sorrisos vazios e olhares estagnados. É o ócio do prazer, a eterna lembrança da infância, a nostalgia das mais vagas experiências.
Existo eu e mais uns quantos, nesta selva que só poderia originar um momento tão bom quanto esta perspectiva de presente.

terça-feira, 2 de março de 2010

Ocasional

Deixo tudo para o acaso, não quero ser responsável de nada. Não sei nada, nunca saberei, e mesmo assim, o vazio já ocupa muito espaço.
Faço um roteiro indeterminado e peço ao destino que abuse da sorte. É como uma sinfonia certeira sincronizada nos meus lábios; voz que se funde; olhos que cegam.
E eu admiro esta gente indulgente: dissimuladora de uma ataraxia descomunal quando na verdade reconheço toda a excentricidade.
Quase que me torno no meu próprio alvo, é o sarcasmo ao seu mais alto nível. Todo o pensamento discreto e tímido apodera-se do mais ínfimo pormenor,e eu simulo uma saída, ainda que sem sinal de emergência.

p.s.: adoraria reflectir mais vezes, mas uma coisa estranha a que dão o nome de "escola" não me permite aprender, muito menos desenvolver.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Persona

Cabeça assente sobre a mão vaga.
O olhar foge pelos trilhos descobertos.
Ainda estás aí?
A maçã apodrece lentamente,
A faca de gume único está repleta.
Continuas aí?
As lagartas do tempo corroem os últimos pedaços.
Retiro o caroço,
Saboreio metade.
Queres ficar aí?
Este amadurecimento tomado de ânimo leve,
Esta bengala quebrada,
Tomou o teu espírito sem mágoa.
E eu só finjo. E finjo.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Insónia

Papel amarrotado, palavras vazias, ecos prefurados pela razão. Estrelas cadentes, já não te sinto o cheiro. O meu ser terá sempre um travo a ti, não me foi dada opção de escolha.
Conserto e reparo como posso a nostalgia que me cativa todas as noites. Lentamente, como já eu tinha previsto, tornas-te cada vez mais aliciante e tu sabes como me manter presa às tuas delicadas amarras!
Já não te suporto, cura-me ou mata-me mas não me deixes aqui a morrer de novo.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Que eu julgo.

Puro doirado
Dupla linha desfeita
Ser inanimado
Miragem refeita.
Um foi presente
Com olhar ausente
Miradouros inabaláveis
Sempre distantes.
Poesia cruel
Nunca chegas nas tardes de outono,
Pedaço de azul lamacento
Nada serias.
P.S.: Stay gold.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Tradições

Pacientemente passo o fio de oiro na fieira e, com ele passam todas as memórias. Revejo cada doirado cabelo meu naquele extenso e delicado fio de oiro. Agora, minuciosamente, estruturo toda a minha alma: são arrecadas repletas de histórias porque também elas arrecadam o peso do tempo. Tento, ainda que sem sucesso, fugir a esta tradição de preencher todo o vazio como um rendilhado, mas as vivências são tantas que enchem todo um coração. Com um sopro, certeiro e profundo, toda a peça é unificada e, estes lábios que sopram com paixão, são lábios que nunca cantam em outro maçarico. É o destino, é o nosso fado, poesia cantada em compassos ardentes que se fazem sentir numa bancada robusta com um eterno travo a português.