domingo, 13 de junho de 2010

#1

Discreta e mutuamente, abraço constelações como recompensa. Tento impedir os movimentos mais rápidos mas eles já chegaram até mim. Divago embriagada na minha loucura até me aborrecer, tentativa frustrada de pensamento. Aprendo rapidamente o compasso e provoco arriscadamente a minha demência. Sanidade inútil, restrição da alma.
Exposta a uma luz tão forte encontro-me totalmente desprotegida. Caçada pela armadilha mais simples, torno-me na presa mais complexa. O intuito com que continuo permite-me alcançar alguma calma aparente. Empreender esta frágil estrutura é a acção mais perigosa que consigo conceber.
Vou recolhendo todos os vestígios de uma possível guerra, alimentando toda esta visão ferida provocada pelos pequenos cristais. A ignorância, agora também ela usando uma máscara doentia, é apenas a certeza que ainda tenho muito a percorrer.

domingo, 6 de junho de 2010

...e coração

Concretização contínua, difusa, entrelaçada. Uma auto-expressão presa a dois corpos oferecidos em troca da alma. Delimito direcções concretas, sentimento incomum. Lapidação perigosa e ritmada, uma insegurança necessária ao bem-estar. Descrições impossíveis, conclusões improváveis, eu a afundar-me em ti. Rotinas experimentais, o hábito de pensar. A ignorância fundamental ao saber, a saudade como nunca antes descrita. Um estado constante e profundo. O hoje como garantia do amanhã, a condição do inconstante como afirmação. O despertar de novos sentidos, as ruas ancoradas a mim. Mudança repentina no peito, a morning view for us. Sempre tão...A agressividade do sentimento presente, dois estados antagónicos num só coração. A consumação da emoção crescente cruzada com o meu ser.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Fios de alma...

Preciso, de alguma espécie de motivo, um movimento ambíguo, uma rua ladrilhada. Observo, estranha condução, direcção nocturna, luz em movimento. Procuro,uma nova condição, uma velha razão, um caminho mais seguro. Estabeleço, pontos de partida, chegadas indefinidas, palavras quebradas. Reinvento, poesia dura, horas vagas, divagações exactas. Desobedeço, ligações duplas, contornos precisos, preenchimentos vazios. Concretizo, duplas linhas em pauta musical, conceptualidade formal, esboço final. Quero, uns jeans colados ao corpo, uma t-shirt suada, um sol ao meio-dia. Preciso, uma nova pesquisa, uma nova reinvenção, um novo eu.