quinta-feira, 23 de setembro de 2010

In

Love actually.



sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Old but actual

Retorno à doce floresta,
Viagem preciosa.
As mãos dela acompanham todo o jogo de cintura.
Crepitar doentio,
Nunca a lua esteve tão próxima.

Os teus olhos fugiram meu amor.
A tua inocência é deles.
Completamente perdida.

Sem o saberes, devolves-me o teu riso.
A tua cabeça pesa-te,
A ignorância não tem preço.

O maior erro é fingir metaforicamente.
Um dia destes eles vão saber,
Não há escapatória!

Mostra-me o que queres das árvores,
Colhe todos os frutos sem permissão.
O amanhecer anuncia-se,
Os teus olhos fecham lentamente para que eu possa observar a passagem.

Gostava mesmo de poder ficar.

Os teus braços afundam-se no corpo
E a tua cabeça deixa-se cair.
Não precisas de ter medo,
O cristal está a salvo.
Um céu carregado de nuvens,
Meia-dúzia de estrangeiros.
É o tempo.
É do tempo.

Maldito possuidor de tudo!
Puro egoísmo, inveja crua
Representada em ti.

Não te quero conhecer de outra forma meu amor.
Não te reconheceria de outra maneira.

As tuas lágrimas nostálgicas nas minhas mãos.
A rua sempre tão nossa,
Sempre tão deles.
Estrada fora,
Boleia de um estranho conhecido.
Adormeces.
Porque a dormir és mais tu e menos eles.
Próxima paragem:

O lago.



Fica. Não precisas de acordar.

[É do tempo. Sempre dele.]



(há tempos, em dias cinzentos e repletos de saudades...)

sábado, 11 de setembro de 2010

Deep

As palavras, ainda que usadas como simulacros da realidade, tornam-se dispensáveis para qualquer descrição que queira fazer. Sempre difusas, sempre contraditórias, sempre incapazes de atingir a dimensão do sentimento. Toda esta procura incansável para uma razão, para um novo motivo racional, tornam o tempo mudo e estático, ou assim o desejava.
Nunca antes tinha descrito um compasso tão ritmado, com tantos silêncios, com tantas oscilações entre graves e agudos, entre estados antagónicos provenientes de um só instrumento. Nunca a paixão foi tão profunda, tão carnal, tão sincera. Não tenho memória sequer de algo tão envolvente, tão consumante, tão natural.
O tempo, o maldito factor que finalmente não apresenta qualquer relevância, só me diz o quão especial é toda esta emoção que se vai revelando entre disparos de balas sem pólvora. O crescimento diário do aperto no peito relembra-me todas as disposições da alma que se rendeu a um novo encanto. Todas as lembranças, conservadas no refúgio mais íntimo que te dou a conhecer, alimentam as saudades despidas de embaraços.
Não me lembro definitivamente de algo tão marcante, tão vivido, sem falhas intelectuais. Há quem lhe chame sorte, há quem se orgulhe, há quem guarde tudo em si. Limito-me a fazer de tudo isso um pouco e acima de tudo, limito-me a sentir o teu lado mais virgem.