sábado, 3 de janeiro de 2009

(in)utilidades

Vou esperar que os embondeiros cresçam para que depois possa subir ao topo e observar a minha rosa vagabunda.
Nenhuma erva daninha seria pior que algo útil, por isso vou esperar no tempo inexistente e continuar a acender os candeeiros da rua que me acompanham nesta criação do nada.

2 comentários:

MC disse...

Este é, para mim,(e não só!!) um dos mais belos poemas de língua portuguesa. Partilho-o consigo, porque me lembrei dele, logo que li este seu "post"!

«Floriram por engano as rosas bravas
No Inverno: veio o vento desfolhá-las...
Em que cismas, meu bem? Porque me calas
As vozes com que há pouco me enganavas?

Castelos doidos! Tão cedo caístes!...
Onde vamos, alheio o pensamento,
De mãos dadas? Teus olhos, que num momento
Perscrutaram nos meus, como vão tristes!

E sobre nós cai nupcial a neve,
Surda, em triunfo, pétalas, de leve
Juncando o chão, na acrópole de gelos...

Em redor do teu vulto é como um véu!
Quem as esparze --- quanta flor! --- do céu,
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?»

Camilo Pessanha

Bárbara B. disse...

Ta bonito :D