sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Lisbon

Chegou lentamente com uma brisa matutina e um timbre arrepiante. As cores, essas são agora frias e suaves o suficiente para não amedrontar. Posso encontrar junto a ele um aconchego inútil do qual já me apoderei; um olhar terno e uns braços suficientemente longos para abarcar tudo o que é finito.
Mantém lentamente uma chama crescente que nos prende a algo todos os dias, arrasto-me com infinitas memórias no verso. A coroa da moeda é modesta, moderada, manipuladora. Beleza assim não pode ser imaginária, ou será que a realidade não me chega? Ele não pára.
Foi o amanhecer. Bom dia Lisboa.

1 comentário:

Anónimo disse...

«Outra vez te revejo,
Cidade da minha infãncia pavorosamente perdida...
Cidade triste e alegre, outra vez sonho aqui...»

De Álvaro de Campos, in "Lisbon revisited (1926)"