Ela já me cansa, sempre com a sua dupla faceta e o seu duplo pensamento. Sempre tão calculista e ao mesmo tempo tão desnaturada. São dois pólos que se atraem sem nunca antes se terem visto e ainda assim se completam erradamente.
De uma ponta observo a Maria, sempre tão afável e requintada. Como um porto de abrigo sem braços ou um humilde ponto de referência. Ela pensa em acultaramento e geometria e gosta da estética das coisas. O seu interior é profundo, mas não muito fundo pois consigo ouvir todas as palavras que lá caem.
Na outra vertente observo João: frenética tentativa de loucura. Com umas manias obsessivas, uma irritação constante e um pragmatismo insistente. O seu coração é a boca e gosta de usar as palavras. Gosta do nada e pensa em filosofias controversas. Puro excentricismo do ser.
E por fim, ela disse: "És tão imperfeita nessa tua perfeição."
terça-feira, 28 de julho de 2009
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Infinito
Não são d'oiro,
São douradas.
Não são saudades,
São palavras rebuscadas.
Alma negligente,
Sentimento desmesurado.
São douradas.
Não são saudades,
São palavras rebuscadas.
Alma negligente,
Sentimento desmesurado.
terça-feira, 7 de julho de 2009
Viagens II
(...) Viajei e viajo há vários anos com a minha mãe. Felizmente, desde pequena que absorvo vários aspectos de outras culturas e contemplo museus que não podem integrar o pequenino Portugal; nada mais me poderia ter feito crescer tanto e permitir esta liberdade de pensamento a que estou habituada. As viagens ultrapassam as meras aventuras de mochilas às costas: permitem uma viagem connosco mesmos, com a nossa mente crua e com tantos outros que vamos encontrando e recordando pelas linhas de comboio.
Este ano fiz uma viagem especial, não importa o sítio, porque já nem me recordo do nome das ruas nem de metade da história do capitólio e, lembrar-me do che guevara é a mesma coisa que não sair da calçada lisboeta. Foi diferente, foi diferente por diversas razões. Sinto-me velha e com a mala de viagem excessivamente pesada; foi então a oportunidade por que tanto esperava: reciclei tudo o que me era inútil e enchi aos poucos as mochilas de novos amigos.
Distribui um lápis de cor por cada criança em que me revia; joguei basebol com eles, partilhei colares com elas e no final de tudo, uma foto como recordação. Recordo-me perfeitamente da Elisa que me pediu um "besito" com a sua pureza de criança e, com os seus olhos capazes de abraçar o mundo, me abraçou como se a vida se resumisse ao azul.
O melhor de uma viagem não é trazer souvenirs para aqueles que gostamos (ou pensamos gostar). O melhor de uma viagem é carregar sorrisos na volta e nos re-inventarmos por aquela viagem intíma. (...)
Num jogo de basebol com o Felipe e o Thiago - a sua cor preferida é o azul.
Este ano fiz uma viagem especial, não importa o sítio, porque já nem me recordo do nome das ruas nem de metade da história do capitólio e, lembrar-me do che guevara é a mesma coisa que não sair da calçada lisboeta. Foi diferente, foi diferente por diversas razões. Sinto-me velha e com a mala de viagem excessivamente pesada; foi então a oportunidade por que tanto esperava: reciclei tudo o que me era inútil e enchi aos poucos as mochilas de novos amigos.
Distribui um lápis de cor por cada criança em que me revia; joguei basebol com eles, partilhei colares com elas e no final de tudo, uma foto como recordação. Recordo-me perfeitamente da Elisa que me pediu um "besito" com a sua pureza de criança e, com os seus olhos capazes de abraçar o mundo, me abraçou como se a vida se resumisse ao azul.
O melhor de uma viagem não é trazer souvenirs para aqueles que gostamos (ou pensamos gostar). O melhor de uma viagem é carregar sorrisos na volta e nos re-inventarmos por aquela viagem intíma. (...)
Num jogo de basebol com o Felipe e o Thiago - a sua cor preferida é o azul.
Subscrever:
Mensagens (Atom)